Estava lendo um artigo de Stephen Kanitz, com o título Observar e pensar, e me lembrei de um conto conhecido que tem muito a ver com o artigo:
Dizem que havia um cego sentado na calçada, com um boné a seus pés e um pedaço de madeira que, escrito com giz branco, dizia:
"Por favor, ajude-me, sou cego".
Um publicitário, da área de criação, que passava em frente a ele, parou e viu umas poucas moedas no boné. Sem pedir licença, pegou o cartaz, virou-o, pegou o giz e escreveu outro anúncio. Voltou a colocar o pedaço de madeira aos pés do cego e foi embora.
Pela tarde o publicitário voltou a passar em frente ao cego que pedia esmola. Agora, o seu boné estava cheio de notas e moedas. O cego reconheceu as pisadas e lhe perguntou se havia sido ele quem reescreveu seu cartaz, sobretudo querendo saber o que havia escrito ali. O publicitário respondeu:
“Nada que não esteja de acordo com o seu anúncio, mas com outras palavras".
Sorriu e continuou seu caminho.
O cego nunca soube, mas seu novo cartaz dizia:
"Hoje é Primavera... e eu não posso vê-la".
(Fontes diversas)
Este conto nos leva à conclusão de que, com um novo olhar, um novo prisma, podemos utilizar os poucos recursos disponíveis de uma maneira diferente, que dê resultados satisfatórios, que sensibilize, que transmita a ideia de uma forma inovadora e renovada.
A inovação é renovação, fazer algo por uma outra ótica, trazendo perspectivas positivas. Quando uma estratégia adotada não traz bons resultados, elas podem e devem ser mudadas de forma inteligente e inovadora para se alcançar aquilo que foi planejado e almejado.
O que fez com que o "cego" no conto obtivesse mais "esmolas" foi dizer uma mesma coisa, de forma diferente, que sensibilizasse a população e a envolvesse, de uma certa maneira, com a situação descrita. Isso sim é inovação!
Mas, como inovar?
O primeiro passo para inovar, é pensar, e para pensar, é preciso aprender a observar. Observar tudo sob um prisma diferente. Diferente de como fazemos no nosso dia-a-dia, onde olhamos e observamos tudo da mesma forma, sob um mesmo aspecto, e sob uma mesma opinião.
É preciso aprender a observar o mundo que nos cerca para explicar e entender a realidade, para ter novas impressões, novos sentimentos, novas opiniões, e conseguir acrescentar e renovar o que já existe e, até mesmo, criar algo novo, que não foi feito por falta de um percepção mais aguçada e estimulada pelos nossos cinco sentidos. Estimular os seus cinco sentidos para aprender a observar mais, e de forma correta, são necessários no processo de inovação.
Assim, é preciso eliminar pré-conceitos, que fazem com que tenhamos opiniões e atitudes distorcidas e incorrentes, impedindo-nos de ter uma nova visão e uma maior sensibilidade e serenidade em nossas conclusões. Importante, também, é saber separar achismos e opiniões pessoais do que é verdadeiro e correspondente à realidade.
Inovar não é tarefa fácil, mas pode ser simples para alguns, complexo para outros. Isso, não se aprende nas escolas ou universidades. As instituições são apenas a estrutura, já que a inovação decorre das observações diferenciadas, dos novos pontos de vista desenvolvidos, da nova maneira de olhar o mundo e da vontade de querer renovar, de querer realmente inovar.
Assim, termino este post com uma citação de Stephen Kanitz:
"Se você quiser ter ideias novas, ser criativo, ser inovador e ter uma opinião independente, aprimore primeiro os seus sentidos. Você estará no caminho certo para começar a pensar". (Stephen Kanitz)