Com tantos avanços tecnológicos, fica difícil ficar de fora das
"modernidades" impostas pelo mercado. Sejam celures, computadores ou
qualquer
aparato tecnológico, muitas pessoas descartam seus antigos modelos e
adquirem novos, seja porque possui algum dispositivo novo ou design
moderno, por exemplo.
Assim, surgem tablets, Iphones e muitos outros, onde a maioria dos
consumidores nem sabem qual a sua verdadeira
utilidade, só querendo consumi-los e serem pioneiros na adesão e consumo
dos mesmos.
Isso é resultado de uma cultura desprovida de educação e
conscientização ambiental, resultando em consumo desenfreado e descarte
de bens de forma inadequada e indevida. Uma nota sobre a morte de Steve
Jobs afirmou que ele deixou projetos de novos protótipos tecnológicos para
serem desenvolvidos, fabricados e vendidos pelos próximos quatro anos.
Logo, teremos grande parte da população nesse círculo vicioso: compra um
bem, o bem fica obsoleto para o mercado, descarta o bem obsoleto,
compra um novo bem, o bem fica obsoleto para o mercado, e assim por
diante.
O consumo desenfreado, resultante da
obsolecência percebida (quando novos produtos são lançados no mercado,
fazendo com que os anteriores pareçam "antigos" e desatualizados) e a
obsolecência planejada (quando produtos parecem ter uma "data de
validade", já que antes aparelhos domésticos, por exemplo, duravam
muitos anos e agora duram pouco), gera uma insustentabilidade devido à
rapidez com que acontece, pois se dá em um curtíssimo período de tempo,
não dando chance aos ecossistemas se recuperarem e/ou se adaptarem a
tanta retirada de recursos naturais e aos descartes dos "produtos
obsoletos".
Outro dia vi uma frase escrita num muro e acho bastante
relativa: "Não precisamos de produtos menos poluentes, precisamos é de
consumir menos". Isso nos faz refletir que nós como cidadãos, devemos
fazer a nossa parte e consumir produtos menos poluentes sim, mas com
consciência, e não de forma desregrada, porque assim nada adiantará
tanto esforço tecnológico empregado nos produtos para reduzir os
impactos dos mesmos no nosso planeta. Precisamos romper antigos
paradigmas que tratam o consumismo como ascensão social, que foi
interiorizado na cultura das grandes cidades como forma de movimentar a
máquina da geração de dinheiro para os donos de grandes empresas e seus
aliados (os governantes).
Infelizmente,
a manipulação que a mídia faz ao criar no inconsciente da população que
se
tem a realização pessoal ou que se é mais bem aceito quando se compra
novos produtos e/ou novos serviços, ajuda a piorar ainda mais a
situação, ao tornar os
consumidores cada vez mais compulsivos "à procura da Felicidade",
gerando cada vez mais pessoas frustradas e deprimidas. O valor que é
depositado nas coisas e não nas pessoas, gera essa inversão cultural
proposital, extinguindo os verdadeiros valores e o real sentido da
felicidade, que residem nos simples momentos, seja com a família, com os
amigos, com colegas.
Espero que este post ajude na reflexão sobre a
saúde do nosso planeta, e sobre as ações que devemos tomar e evitar para
torná-lo sustentável. Ainda mais com a Conferência RIO +20 que será realizada de 13 a 22 de junho deste ano, na cidade do Rio de Janeiro.
Assim, termino com uma frase muito conhecida de Gandhi:
"Devemos ser a mudança que queremos ver!"